Há cerca de três anos, Sandra Maria de Andrade terminou um relacionamento. Após insultos e traições, a professora de educação infantil, que hoje tem 30 anos, perdeu a libido e a autoestima. Foi quando recorreu a uma prática que, apesar de milenar, ainda gera desconfianças e é cercada de mitos: a hipnose. Entre os benefícios da técnica, estão o combate a problemas sexuais, como a falta de vontade de fazer sexo e a vergonha do próprio corpo.
A prática, reconhecida em 1999 pelo Conselho Federal de Medicina do Brasil, só pode ser feita por médicos, psicólogos, fisioterapeutas e dentistas. É usada para que o paciente alcance um estado de relaxamento e atenção focada, propício para que ele consiga entender melhor as suas emoções. A sessão é guiada pelo hipnólogo, que, a partir de uma conversa anterior ao estado de transe, conhece as principais queixas de seu paciente. Sandra conta que na quarta sessão já estava saindo com outro pretendente.
— Antes, eu não conseguia me libertar. Não dava nem um beijo na boca, tinha pavor de qualquer contato. Minha autoestima estava lá embaixo. A hipnóloga ia conversando e eu revelava coisas que estavam lá dentro de mim, que não conseguia colocar pra fora. Na primeira vez que fiz, já saí bem mais leve — garante ela, que frequentou consultas durante seis meses.
De acordo com a hipnóloga Miriam Pontes de Farias, psicóloga e pós graduada em hipnose, grande parte dos problemas que impedem ou dificultam as relações sexuais está relacionada a traumas anteriores. Com a hipnose, é possível identificá-los e tratá-los mais facilmente.
— O tratamento é focal, ele é feito em cada sintoma e costuma ser breve. Além disso, usamos técnicas para melhorar a qualidade de vida — diz Miriam.
Cada sessão dura entre 45 e 50 minutos e custa cerca de R$ 180. O tratamento não é indicado para pacientes com doenças neurológicas, como os males de Parkinson e Alzheimer.
Fonte: extra.globo.com